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domingo, 24 de junho de 2012

A NOSSA GREVE É POLÍTICA, SIM!


Foto: markinhuscienciassociais.blogspot.com

Maisa Paranhos

Sim, respondemos ao Governador que não só a greve dos professores é de natureza política, como a construção das estradas, da Fonte Nova , a Copa, e mais, toda e qualquer ação humana, é de ordem política; pois que saiba o Governador Jacques Wagner, que a palavra "política" vem de Pólis, de origem grega, aonde eram vivenciadas as experiências, todas sociais, portanto, inter-relacionadas, portanto, políticas...
Sim, porque humanos, somos seres políticos. Somos professores, temos autonomia e respondemos por nossas atitudes. Fazemos greve para que uma lei seja cumprida e nosso direito garantido o que constitui uma ação política. Qual o problema que assim o seja?
Problema gravíssimo é o governo do Estado não cumprir a lei; problema gravíssimo é o governo do estado, com o dinheiro público, pagar propagandas que atentam à lisura de qualquer governante; problema gravíssimo é o governo, em suas explanações televisivas, afirmar que concedeu um reajuste que não corresponde à verdade dos fatos, pois se utiliza de um índice que não é verdadeiro, faz uma soma propositalmente incorreta, e afirma à população desavisada, de que já temos o reajuste que reivindicamos!!!
Por que estaríamos em greve, Governador?
Por que enfrentaríamos 3 meses sem salário, Governador?
Por que teríamos o ônus de nosso alunado sem aulas, Governador?
Por que teríamos nossas férias comprometidas, Governador?
O retrocesso que representou o seu governo ao, além de não cumprir a lei do Piso, fazer um achatamento na Carreira do Magistério - transformando remuneração em subsídios- talvez respondam as perguntas que lhe são dirigidas... coisa, aliás, muito bem manipulada, dada a sua complexidade, quando é apresentada à população, na grande mídia.
Somos uma categoria em greve, responsável no exercício de sua profissão e em por suas decisões, qual seja, a greve.
Não endossamos qualquer que seja a responsabilidade atribuída ao nosso sindicato, independente dos interesses políticos do mesmo, à greve e sua manutenção.
É lamentável que a distância que separa o Governo de seu povo, o leve a tal equívoco. Ou ainda pior, que o faça ter pronunciamentos nitidamente convenientes, ao afirmar que a greve é fruto da manipulação sindical e partidária.
A responsabilidade única pela manutenção de nossa greve é a persistência de seu governo em não cumprir uma lei federal, a Lei do Piso, que, como bem diz a mesma, é o mínimo a que o professor tem direito de receber e que o senhor tem se negado a pagar.
Bem sabemos que os Partidos da base aliada do seu governo têm como prática a manipulação de seu eleitorado. Isto é notório.
Como é notória a tentativa de subestimar o discernimento do professorado, o que, aliás, é bem conveniente politicamente para, assim, legitimar-se numa postura ilegal, intransigente e autoritária.
O Governo do Estado da Bahia, dessa forma, só depõe contra si ao não observar a Lei do Piso, ao retroceder em conquistas trabalhistas, ao mentir para a população, ao subestimar a autonomia do professor em sua decisão da decretação e manutenção da greve, conforme direito garantido em nossa Constituição.
Assim, reafirmo que o cumprimento da Lei do Piso e a revogação de lei anti-trabalhista e inconstitucional aprovada pela Assembleia Legislativa é o que nos faz permanecer em nosso movimento paredista.

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